APRIMORAMENTO E EVOLUÇÃO


 

Ninguém nasce como uma ‘tábula rasa’ como diziam Aristóteles na Grécia Antiga e John Locke na Idade Moderna, filósofos que procuravam explicar o ser humano em relação ao mundo.

Com o advento do Espiritismo está comprovado que habitamos esse planeta por diversas vezes, daí nascermos com informações no inconsciente acumuladas de vidas pregressas.

Pode-se classificar a Terra como um planeta escola, cada encarnação sendo associada a um ano de estudo em escola regular.

Emmanuel, mentor do maior médium já conhecido Francisco Cândido Xavier, em seu livro Roteiro, reforça a necessidade do aprimoramento do Espírito.

Para esse autor, embora possamos nascer com o intelecto desenvolvido em outras vidas, nossa mente pode vir submersa em vibrações ainda atreladas a compromissos escuros, agitando-se, muitas vezes, nos desvarios da loucura. Nem tudo que aprendemos outrora é edificante, e não convém repetir determinados hábitos adquiridos.

Explica-nos Emmanuel que a mente é capaz de criar imagens e o Espírito que somos, vive dentro delas, criando nossa história, impulsionando paixões de duração indeterminada, sendo autor dos próprios dramas vivenciados.

Em outro livro, Pensamento e vida, Emmanuel afirma que ‘a mente é o espelho da vida em toda parte.’ É o ‘campo da consciência desperta’ capaz de mover, criar, transformar, destruir e refazer tudo com vistas à sublimação.

Respiramos no plano das ideias, influenciando e sendo influenciados, somos sugestionados pelos apelos dessa existência material, embora atendamos também as sugestões silenciosas da mente.

Regendo toda a vida há leis eternas, leis divinas, inderrogáveis. O homem, afastando-se dessas leis com as quais deveria nortear sua vida, desequilibra-se, obscurecendo-se nas pesadas sombras dos pensamentos, quando deveria ser luz.

“Brilhe vossa Luz!” Disse Jesus em Mateus 5:16. Nascemos para brilhar, para seguir a luz de Jesus e aprender com Ele a ser luz também.

O Espiritismo veio comprovar, a partir de depoimentos dos próprios Espíritos, colhidos e organizados por Allan Kardec, que a desencarnação não modifica nosso modo de pensar, nosso campo íntimo.

À nossa volta há um campo vibratório alimentado por nossos pensamentos, sentimentos e desejos, muitas vezes tornando-se nossos demônios, nossa paisagem mental, formando uma espécie de bolha, exibindo o filme de nossa existência.

Diz Emmanuel:

“entidades existem que estacionam, durante muitos anos, dentro dos quadros emocionais em que se comprazem, atrasando a marcha evolutiva, até que reencarnam na recapitulação das experiências em que faliram, retomando o serviço de purificação interior para a sublimação de si mesmas.”

Concluímos, então que o Espírito alimenta-se do que emana e prende-se ao quadro emocional que cria.

É no transcurso das várias existências, habitando diferentes corpos e vivenciando inumeráveis experiências no corpo, em variados cenários, é que o Espírito constrói lentamente, cada um a seu tempo, o veículo acrisolado e divino com que, um dia, ascenderá à sublime habitação que o Senhor reserva a todos nós em plena imortalidade vitoriosa.

Mister se faz recordar sempre, que o pensamento materializa um cenário por onde o Espírito transita, como um espectro. Com isso, ele pode ficar ‘preso na cena’ por muitos anos, até mudar os pensamentos e vislumbrar outras paisagens.

Pensamentos edificantes, oração constante e serviço no bem, é o Caminho a ser trilhado agora e sempre. Com Jesus.

Por Carlos Gomes

REFERÊNCIA

XAVIER, F. C (Emmanuel) Pensamento e vida 19. ed. Brasília, DF:FEB, 2017

_____________________ Roteiro 3. ed. Brasília, DF: FEB, 2018

DIAS, H. D. (trad.) O Novo Testamento Brasília, DF:FEB, 2013

 

 

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